domingo, 23 de agosto de 2009

OFICINAS DA TP 4

“As tarefas diárias jamais impediram alguém de seguir seus sonhos”
Paulo Coelho

E foi assim, falando de nossos problemas, dificuldades em cumprir tarefas, missões, obrigações e das inúmeras dificuldades que encontramos no nosso dia-a-dia que começamos o encontro da TP 4...
Cada um encontra obstáculos diferentes, porém, nenhum mais, ou menos pesaroso que o outro... Cabe a cada um de nós saber organizar a vida para que ela possa ter sentido.
Nossa vida de professor não é nada fácil.
Planos, provas, aulas, reuniões, famílias, nossa casa, nossa própria vida... Ufa!
O que fazer?
Remédios, calmantes, férias, licenças? Estudar, dar conta, se entregar de corpo e alma e ainda mostrar que tudo vai bem???
FORÇA, MEUS CAROS CURSISTAS... (Amanda Pedrosa)

RELATANDO AS OFICINAS 07 & 08 DA TP 4

Após uma conversa franca com os cursistas sobre a efetiva participação de todos no Gestar II, começamos a fazer os relatos de experiências da TP3 - atraso justificado no relato da oficina anterior .
Os professores apresentaram os seus relatos das atividades e se prontificaram a entregar no próximo encontro alguns exemplares para serem anexados nos port’fólios.
Organizei todos os relatos em uma síntese que será apresentada no final desse relatório.
Após os relatos da TP3, demos início ao estudo da TP4, fazendo comentários a respeito de alguns tópicos nela apresentados: sobre a importância de o professor de Língua Portuguesa despertar o interesse do aluno pela leitura prazerosa; da escolha dos textos de acordo com o ambiente dos alunos, seus gostos, preferências; valorização da cultura de cada um e também sobre as formas de se trabalhar um texto em sala de aula, apresentando para os cursistas as definições de leitura objetiva, inferencial e avaliativa.
Depois, utilizamos a dinâmica com o texto a Moça Tecelã, fazendo o estudo do mesmo de forma objetiva, inferencial e avaliativa. Os professores acharam muito interessante o trabalho com os textos da forma como foi utilizada e alguns disseram que já trabalhavam da mesma forma, porém não sabiam classificar essas atividades. Em seguida, os grupos produziram seus próprios recontos do texto.
Após a apresentação dos textos abordamos as questões levantadas na TP 4 sobre as produções de textos feitas em sala de aula, as formas de avaliar os textos feitos pelos alunos e fizemos comentários acerca da coerência e coesão textual – que será melhor apresentada na TP 5.
Após o almoço, fizemos a leitura e estudo dos textos de referência, juntamente com a transposição didática sobre Letramento – Leitura e Produção textual.
Foi um momento muito rico, todos os professores fizeram comentários, participaram com interesse.
As discussões foram tantas que não tivemos tempo para a realização das atividades propostas. Pedi aos professores que fizessem as atividades em casa e que no início do próximo encontro faríamos comentários sobre as mesmas.
Em seguida, reunimos os professores de Matemática e Língua Portuguesa para falarmos sobre o projeto e utilizamos o material do Guia Geral para falar sobre o mesmo.
Apresentamos os objetivos, propostas de projetos, forma de apresentação, material e recurso necessários.
Mostramos os tópicos necessários de um projeto – como fazê-lo – e sugerimos propostas interdisciplinares.
Ficou decidido que nos mês de novembro haverá uma oficina para a apresentação dos projetos realizados por cada professor.
Os cursistas fizeram a avaliação do encontro e em seguida falei novamente sobre o processo de escrita, estilística, coerência e coesão, presentes na TP 5.
Finalizamos a oficina com o texto Letramento da Magda Soares.



UMA SÍNTESE SOBRE OS RELATOS DA TP 3 FEITOS PELOS PROFESSORES DAS ESCOLAS MUNICIPAI S DE JANUÁRIA.

“Feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” Cora Coralina


Desde a primeira oficina realizada com os professores do município de Januária tenho ouvido falar da dura realidade enfrentada por esses grandes guerreiros.
Não conheço de perto a realidade das muitas comunidades rurais que fazem parte da minha cidade.
Algumas chegam a ter mais de 200 Km de distância – estradas “rallys” – lugares onde a televisão, rádio, telefone, internet, parecem sonhos impossíveis.
Crianças que andam aproximadamente 6 Km para chegar à escola.
Em algumas dessas comunidades o trabalho do professor não é valorizado – a noção de trabalho para alguns é apenas aquela que trazem de casa, o trabalho duro dos homens do campo.
Dentro da cidade a realidade não é muito diferente. A escola da sede fica em uma parte periférica da cidade. Os professores encontram também muitas dificuldades. A presença da violência, a falta de estrutura familiar, pobreza, entre tantos outros problemas, são fatores muitas vezes prejudiciais à aprendizagem escolar.
Apesar dessas e de outras dificuldades aqui apresentadas, tenho notado o empenho dos professores que buscam o novo, a solução para que possa valer a pena o seu trabalho como educador.
Falta material, luz, telefone, água, comida... Mas temos o mais importante de todos os recursos – O Humano – o carisma, a garra, o interesse, a determinação.

Introduzo esse relatório de tal forma porque a realidade mostrada contribui para a avaliação feita pelos professores, influencia na metodologia, no interesse, na disciplina, concentração e na aprendizagem do aluno.
Os professores apresentaram nos relatos as experiências feitas com as atividades da TP3 – Avançando na prática – Indo à sala de aula – e até mesmo em outras atividades apresentadas na TP.
Como o eixo temático da TP é o trabalho, começamos os relatos pela atividade 01 da seção I – “O conhecimento intuitivo de gêneros” – p. 15 a 17, que foi utilizada por muitos professores.
Os professores xerocaram as gravuras (uma novidade para muitos alunos) e dividiram as equipes para observarem e dizerem em quais das gravuras as pessoas estavam trabalhando.
Todos os professores relataram que foi muito difícil usar essa atividade porque a maioria dos alunos consideravam trabalho apenas como atividade remunerada ou que exigisse esforço físico. Os cursistas explicaram para os alunos que há os mais variados tipos de trabalho, desde o remunerado ao voluntário e que tudo o que fazemos pode ser considerado trabalho.
Alguns professores fizeram um “gancho” da atividade acima com a fábula “A cigarra e a formiga”. Fizeram o estudo da fábula, reconhecendo-a como gênero textual. Algumas metodologias utilizadas foram: divisão de grupos e entrega de textos xerocados para leitura e interpretação; improvisação de uma dramatização; produção de textos feitas pelos alunos em que a professora ficou bastante satisfeita com o resultado das mesmas.
Muitos professores usaram a atividade sobre a Biografia de Carlos Drummond de Andrade. A dificuldade relatada por alguns professores foi a resistência de alguns alunos para ler as próprias biografias. Outros relataram as dificuldades que a maioria dos alunos têm em se expressar – falar da própria vida , dos seus sentimentos. Houve uma turma que por resistência ao trabalho do professor, queria saber o motivo de falar sobre a própria vida. Um trabalho que deu certo foi a de uma turma que teve que entrevistar pessoas influentes da comunidade e em seguida escrever e apresentar as biografias dessas pessoas aos colegas.
Uma atividade prazerosa e “gostosa” foi a utilizada por uma cursista com os gêneros instrucionais – Receita – p. 33 a 35 – após o estudo dos textos, a professora trabalhou com o gênero Receita (características). A turma realizou um trabalho em grupo (mural) com várias receitas típicas da nossa região. A culminância desse trabalho foi saborear uma suculenta feijoada e como sobremesa uma torta de abacaxi.
Durante os relatos foi observado o quanto é importante usar a criatividade em nossas aulas. Envolver os alunos é tarefa difícil, mas não impossível.
Uma cursista expressou isso claramente quando utilizou o Cordel em sua aula. Os alunos adoraram. Além do material da TP, ela utilizou o livro “Cordel adolescente, ó xente!” de Sylvia Orthof. Os alunos produziram cordéis muito criativos, apesar das dificuldades com a produção escrita. A professora também realizou o trabalho com as xilogravuras em cordéis, usando o isopor, tintas e papéis coloridos. Em seguida, os cordéis foram expostos em varais pelo pátio da escola.
No final dos relatos os professores pediram sugestões de dinâmicas para serem usadas com os alunos a fim de que eles possam se expressar melhor de se “soltarem” mais.
Nossa coordenadora pedagógica se prontificou a trazer alguns sugestões no próximo encontro.
Aguardamos ansiosos!

Um comentário:

  1. Olá, amada Amanda!!!
    Adorei seus textos!! A maneira como relata as dificuldades de seus cursistas e a sua franqueza, mas também sensibilidade, enquanto formadora. Achei muito interessante o resumo que fez, pois assim também enxergamos a realidade que você se propôs apresentar. Parabéns!!!
    Só senti falta da legenda das fotos e da assinatura do primeiro texto postado, embora consiga subentender que é seu... Aproprie-se de tudo o que escreve!
    Beijo grande.
    Boa caminhada!
    Também ficarei ansiosa pelos novos textos!!! Ah, e se precisar "afaste para perto da minha mesa", certo? (rsrsrsrsrsrsrsrsrs)Desculpe-me! Não resisti, principalmente, a oportunidade de dizer que a gente pode contextualizar e buscar uma nova semântica (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)

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